DESESPERO!
- Karen Cruz
- 19 de fev. de 2019
- 3 min de leitura

Já se sentiu desesperado(a) na vida? Eu já, e com mais frequência que gostaria de admitir.
Faço planos, tenho sonhos, traço estratégias e de repente.... basta uma única coisa não sair como o esperado que é muito fácil, me esquecer de tudo que deu certo até aqui, de todos os outros planos, sonhos e projetos.
Acho que não existe uma fórmula mágica, que possa se tomar, ou algo que em um estalar de dedos, faça que o desespero não venha nunca, porque, mais dia menos dia, ele vai vir, ele sempre vem.
O medo de não dar certo, a insegurança de ser algo vão, ou ser algo que não será possível concluir.
Mesmo sendo psicóloga, não sou muito diferente da maioria das minhas amigas por exemplo, que me relatam situações em que se desesperaram, ainda que a grande maioria das pessoas, através de seus comportamentos, mostrem uma total desaprovação a uma psicóloga, que tem seus momentos de frustrações, de dúvidas, inseguranças, de desespero como propriamente dito, por diversas vezes já ouvi frases como: “ Mas você é psicóloga, não pode perder a calma”, seria tão bom se nossas emoções concordassem com essa racionalidade de alguns críticos.....rs
Mas, em fim, não tenho controle sobre sentir medo ou não, ter dúvidas ou não, me desesperar ou não (em algumas situações), mas eu sempre posso escolher o próximo passo, o que fazer depois, depois do medo, da dúvida, do desespero....
E é nesse momento que percebo, que mesmo não tendo o controle sobre todas as variáveis que permeiam a minha vida, ainda sim eu sempre posso ESCOLHER.
Mas como assim?
Eu posso não ter controle sobre o que sinto, mas, eu posso escolher o que fazer com aquilo que estou sentindo.
Posso escolher se me mantenho desesperada, ou se procuro através de minhas ações recuperar a calma e ver a situação, antes tão desesperadora por uma outra óptica.
E eu escolho, ás vezes, escolho chorar, não por fraqueza, mas porque preciso esvaziar todo esse turbilhão de sentimentos que passam por mim no momento, aliviar a tensão e assim ver as coisas com mais clareza, com mais objetividade, sem tanto sentimentalismo, porque os sentimentos são bons, mas as vezes eles atrapalham um pouco, os sentimentos são o deleite da poesia, mas a vida não é um Soneto de Vinicius de Moraes....rs
Depois que os sentimentos foram acolhidos, através de lágrimas sinceras e profundas, a razão pode começar a trabalhar, e não que o coração e a razão não possam trabalhar juntos, mas ás vezes há uma briga de poder entre os dois, e ao invés de serem parceiros, parecem rivais.
E nesses casos, é bom dar ouvidos a ambos, separadamente, não fazer nada a priori, mas só depois de uma completa reflexão, sobre a interpretação de ambos, sobre os fatos, tomar uma decisão.
É como ser juiz de si mesmo, dentro de um complexo tribunal chamado “EU”.
Vejo, o desespero como sendo a completa desordem desse tribunal, quando de um lado o razão grita e de outro grita o sentimento ainda mais alto e o juiz?.... Parece que não esta na cessão....rs
Mas quando este se apresenta, e pede ORDEM, e deixa que as partes exponham sua visão sobre o ocorrido, e com calma depois, ele friamente analisa cada um dos lados e dá o seu veredicto.
Aí o desespero da lugar a uma visão ordenada das coisas, onde os sentimentos já estão mais tranquilos a razão esta serena, ambos podem entrar em um consenso para solução do problema que se apresenta.
Confesso, que sair de momentos desesperadores, não é fácil, não é uma habilidade inata, pelo menos não é em mim.
Mas, muito tem me ajudado, e não porque sou uma psicóloga, e não posso me desesperar, como já disseram, mas sim, porque eu tenho escolha, eu posso escolher, e eu quero fazer isso, posso não ter o controle sobre muitas das coisas que me cercam, mas o controle sobre mim, este faço questão de ter, e é algo que precisa ser exercitado, amadurecido, sei disso, com perseverança, paciência, com calma e com fé, sim com fé, porque eu acredito que todas as coisas desse mundo possuem um sentido, uma razão de ser e existir e que essa razão transcende a própria existência das coisas em si.
Até mesmo o desespero, parece pequeno, quando submetido a algo maior que ele, como a Paz, por exemplo, uma Paz que vem da fé, uma Paz que te tranquiliza e invade sem você nem saber ao certo de onde ela vem, você sabe apenas que ela esta lá e isso é bom,
isso é muito bom....
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