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A Vida Imita a Arte

  • Foto do escritor: Karen Cruz
    Karen Cruz
  • 12 de mar. de 2020
  • 3 min de leitura

Tenho um apreço por séries de suspense policial, sempre gostei do mistério, de tentar desvendar os crimes, e de maneira quase que coadjuvante participar das investigações.

Vários canais e sites streaming tem lançado diversas séries policiais nos últimos anos.

Mas, recentemente algo tem me chamado a atenção e não é o Mistério envolvido nas investigações.

Acontece que a MORAL dos personagens tem se apresentado de maneira cada vez mais corrompida.

Existe um certo clichê no padrão da polícia retratada nos seriados, sejam investigadores ou policiais ou peritos, em qualquer que seja o cargo os agentes são SEMPRE pessoas moralmente baixas, são alcoólatras, ou usuários de drogas, são adúlteros ou divorciados, são péssimos pais, e por aí vai....

Acontece que essa MORAL corrompida apresenta reflexos ( e não teria como não apresentar) no trabalho que os agentes fazem, são SEMPRE pessoas emocionalmente frágeis, Psicologicamente sensíveis, sempre que um bandido ameaça a alguém da equipe ou a algum familiar dos agentes, agem como gângsters como se não fossem agentes da lei mais justiceiros com causa própria.

Seja um seriado antigo ou um recente, o padrão tá sempre se repetindo ( talvez por falta de criatividade do produtor, ou como sendo mais provável, bestializar a polícia).

E não é difícil ver o quando esses conteúdos tem afetado a forma da sociedade como um todo ver a lei e as autoridades que as representam, como seres corruptos e imorais.

Recentemente tive contato com uma série recente de nome "Case" que as críticas na internet diziam ser um triler que prenderia totalmente a atenção do espectador, e bom, não vi a série até o fim por falta de estômago, mas de fato ela entregou o que a internet prometeu, é uma série tão moralmente corrompida que a noção de lei e de justiça são construtos extremamente abstratos.

A série se passa na Islândia, e de cara já dá pra perceber que o trabalho investigativo da polícia é pior que brincadeira de detetive de criança do ensino fundamental I.

Os mocinhos da série são tão malvados quanto os bandidos, e a única coisa que separa um do outro é ..... NADA.... Não tem nada separando, do lado dos mocinhos, tem uma policial que vaza informações sigilosas da polícia, um advogado falido alcoólatra, adúltero, que age como se fosse DEUS não respeita nada nem ninguém, faz papel de policial e de bandido tudo no mesmo take. Um vilão que faz o que quer, com todo mundo sabendo ( corrupção de menores, tráfico de drogas, sequestro....) e ninguém faz absolutamente nada pra impedir, muito pelo contrário acobertam sua conduta indecorosa.

E por aí vai...

Essa série assim como tantas outras, reflete muito bem a relação da sociedade de uma forma geral com a lei, com seus agentes, com aqueles que declaradamente agem como se estivessem acima dela, tendo acobertamento daqueles que deveriam à exercer.

E ainda por cima, é aclamada por esse tipo de conteúdo.

É vergonhoso a decadência moral da sociedade atual, uma sociedade que defende a criminalidade e acoberta suas barbáries, em troca de passe livre para ser tão indecoroso quanto tais criminosos.

Uma sociedade que não protege e nem defende as crianças, na série em questão todas as meninas envolvidas são menores de idade tendo entre 14 e 17 anos.

Em uma das cenas mais revoltantes( muitas cenas são revoltantes) a advogada que supostamente está do lado do bem, faz com que uma das meninas de apenas 14 anos (que já disse que estava sofrendo violência no balé, já tinha ido até a polícia pedir ajuda e nada foi feito por ela) essa advogada faz a menina arriscar a própria vida para procurar drogas porque não as tinha localizado no teatro, a garota é usada literalmente sem levar em consideração ainda que mínima o risco de vida que a menina corria.

Bem, e assim acontece com as nossas crianças dia após dia, são machucadas, violentadas, mortas e todos estão preocupados e sendo muito benevolentes com os bandidos.

É a vida imita a arte, pena que não tem sido em coisas boas....

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